Descoberta Fascinante na Ilha de Skye: 131 Pegadas de Dinossauros
Recentemente, um grupo de pesquisadores da Universidade de Edimburgo fez uma descoberta impressionante na Ilha de Skye, na Escócia. Eles identificaram 131 pegadas de dinossauros, tornando este local um dos pontos mais ricos em vestígios de dinossauros do país. Utilizando avançados equipamentos de pesquisa, a equipe demonstrou que diversas espécies de dinossauros tinham o hábito de frequentar lagoas na região.
Ao contrário do que vemos hoje em dia, o clima da Ilha de Skye durante o Jurássico Médio, há aproximadamente 170 milhões de anos, era subtropical, quente e úmido. De acordo com Tone Blakesley, um dos autores do estudo, a região contava com vários corpos d’água e um vasto estuário de rio. As pegadas encontradas foram formadas nas areias de uma antiga lagoa desse período.
Para obter um estudo detalhado dos vestígios, os pesquisadores capturaram milhares de imagens do local utilizando drones. Com um software especializado, eles puderam criar modelos digitais em 3D das pegadas por meio de uma técnica chamada fotogrametria.
A Variedade das Pegadas: Espécies e Comportamento
As marcas deixadas pelos dinossauros apresentam variados tamanhos, com medidas que vão de 25 a 60 centímetros. Elas se dividem em dois estilos diferentes. Há pegadas de três dedos, que provavelmente são atribuídas a terópodes carnívoros bípedes, e marcas mais arredondadas, do tamanho de pneus, que se acredita terem sido deixadas por saurópodes quadrúpedes de pescoço longo.
Os cientistas notaram que muitas dessas pegadas estão dispostas em sequência, sugerindo um trajeto. O maior desses caminhos mede cerca de 12 metros, representando um dos comprimentos mais extensos encontrados em toda a ilha. A disposição e a orientação das marcas indicam que os dinossauros estavam se deslocando lentamente, o que sugere que os animais andavam tranquilamente ao longo das margens da lagoa, semelhante ao que alguns animais modernos fazem ao se reunir em torno de corpos d’água.
Blakesley destacou que as pegadas em Prince Charles’ Point oferecem uma visão intrigante sobre os comportamentos e ambientes dos terópodes carnívoros e saurópodes herbívoros durante um período crucial de sua evolução.
Curiosamente, as trilhas de pegadas sugerem que, apesar de existirem entre carnívoros e herbívoros certos conflitos, ambos os tipos de dinossauros costumavam frequentar as lagoas. No entanto, os especialistas notaram que não houve evidência de interação próxima: é improvável que essas espécies tenham coexistido lado a lado nas margens da lagoa.
Blakesley comentou que a convivência entre terópodes carnívoros e saurópodes herbívoros poderia ser desastrosa para os últimos. A tentação de atacar um saurópode seria muito grande para os predadores carnívoros.
Os pesquisadores pretendem dar continuidade a seus estudos na região e investigar outros rastros de dinossauros na Ilha de Skye, além de explorar outros locais no sul da Inglaterra. Aquelas pegadas, que datam de milhões de anos atrás, nos ajudam a compreender melhor a vida dos dinossauros e seus hábitos, revelando mais sobre um mundo que já foi habitado por essas criaturas fascinantes.



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