A Inauguração da Maior Biofábrica de Mosquitos do Mundo

Pode parecer surpreendente à primeira vista o conceito de uma fábrica de mosquitos. Todos os anos, significativas quantias de dinheiro são investidas em campanhas de conscientização para o controle do mosquito da dengue, com o objetivo de prevenir a proliferação de doenças como a dengue, zika e chikungunya. Portanto, a ideia de produzir mosquitos em uma biofábrica pode soar estranha. No entanto, o que está por trás dessa iniciativa é algo que pode realmente salvar vidas.

A nova biofábrica, instalada no Paraná e chamada de Wolbito do Brasil, não se dedica à produção de qualquer mosquito, mas de uma variação especial do Aedes aegypti. Esses mosquitos são modificados em laboratório com a bactéria Wolbachia, uma bactéria natural que impede a transmissão de doenças perigosas como dengue, zika e chikungunya.

Recentemente, essa unidade foi inaugurada como fruto de uma colaboração entre o Instituto de Biologia Molecular do Paraná e o Programa Mundial de Mosquitos. A previsão é de que a biofábrica tenha capacidade para gerar até 100 milhões de ovos de mosquitos por semana. O método que utiliza a Wolbachia já foi implementado em diversas cidades brasileiras desde 2014, e agora receberá um impulso adicional com o suporte do Ministério da Saúde para expandir suas atividades para novos municípios.

O Método Wolbachia no Combate à Dengue

  • A Wolbito do Brasil é capaz de produzir até 100 milhões de ovos de Aedes aegypti por semana, focando inicialmente os municípios que foram identificados pelo Ministério da Saúde com base nas taxas de arboviroses.
  • Os mosquitos produzidos são inoculados com a bactéria Wolbachia, uma bactéria natural que reduz a transmissão de vírus e não envolve modificações genéticas.
  • De acordo com estudos da Fiocruz, para cada R$ 1 investido, pode-se gerar uma economia significativa em tratamentos médicos, variando entre R$ 43 e R$ 549.

Como Funciona o Método Wolbachia?

O funcionamento desse método é baseado na liberação de mosquitos Aedes aegypti que contêm a bactéria Wolbachia no ambiente. Quando esses mosquitos se reproduzem com a população local, seus descendentes também se tornam portadores da bactéria. A presença da Wolbachia reduz drasticamente a capacidade dos vírus se multiplicarem dentro dos mosquitos, diminuindo as chances de transmissão para os seres humanos.

A Wolbachia já está presente de forma natural em mais de metade das espécies de insetos no planeta. No caso do Aedes aegypti, estudiosos conseguiram introduzir a bactéria de maneira segura, garantindo que os mosquitos infectados tenham uma vantagem reprodutiva. Isso facilita a disseminação da bactéria na natureza sem representar riscos para o meio ambiente ou para a saúde das pessoas.

A aplicação do método foi iniciada em comunidades do Rio de Janeiro e Niterói, e, ao longo do tempo, se expandiu para várias outras cidades, incluindo Belo Horizonte, Londrina, Foz do Iguaçu, Campo Grande, Petrolina e Joinville. A expansão continua, com novas liberações programadas para o segundo semestre em localidades como Blumenau, Balneário Camboriú, Brasília e Valparaíso de Goiás.

É importante ressaltar que este projeto não busca substituir outras ações de combate ao mosquito, como a eliminação de focos de água parada. Em vez disso, ele se apresenta como uma ferramenta complementar que pode aumentar a eficácia dos esforços de controle de doenças transmitidas por mosquitos.

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