Inovação na Medicina: Bebê Recebe Terapia Genética Personalizada com CRISPR
Um verdadeiro marco na medicina foi alcançado com o caso de um bebê nos Estados Unidos, que se tornou o primeiro paciente a ser tratado com uma terapia genética personalizada usando a tecnologia CRISPR. Esta abordagem foi adotada para lidar com uma condição geneticamente rara e potencialmente fatal, psiquiatricamente impulsionada pela equipe médica do Hospital Infantil da Filadélfia. A possibilidade de terapia sob medida para pacientes com doenças genéticas abre um caminho promissor e transformador na medicina de precisão.
K.J. Muldoon chegou ao mundo de forma prematura e, com apenas dois dias de vida, já apresentava sinais alarmantes de problemas de saúde, como sono excessivo e dificuldades para se alimentar. Exames detalhados revelaram um diagnóstico alarmante: K.J. sofria de uma deficiência severa de CPS1 (carbamoil fosfato sintetase 1). Esta condição metabólica é provocada por uma mutação genética que impede o organismo de eliminar o excesso de amônia de maneira eficaz.
Desafio da Deficiência de CPS1
- A ausência da enzima CPS1 no fígado de K.J. impossibilita a conversão da amônia, gerada pela degradação de proteínas, em ureia.
- Esse processo resulta em uma acumulação tóxica de amônia no corpo, afetando órgãos vitais, como o cérebro e o fígado.
- Sem um tratamento adequado, a única solução viável seria um transplante de fígado.
- Contudo, uma luz surgiu para K.J. através da médica Rebecca Ahrens-Nicklas e do professor Kiran Musunuru, que já estavam conduzem pesquisas focadas em terapias CRISPR para tratar mutações genéticas raras.
- Em um tempo recorde, de aproximadamente seis meses, a equipe conseguiu desenvolver e obter a aprovação regulatória para um tratamento sob medida, um feito que geralmente levaria anos.
Tratamento Inovador Com Nanopartículas Lipídicas
Entre fevereiro e abril, K.J. recebeu três doses da nova terapia, que foram administradas utilizando nanopartículas lipídicas diretamente no fígado. Essa técnica foi capaz de corrigir a mutação responsável pela doença. Embora ainda seja prematuro afirmar que a cura é definitiva, os sinais de progresso são animadores: K.J. conseguiu pegar um peso que agora está entre os 35% e os 40% percentis, além de conseguir ingerir um volume maior de proteínas.
A médica Ahrens-Nicklas comentou sobre a gravidade do caso de K.J., ressaltando que ele era um bebê com sérios problemas de saúde. Contudo, atualmente, com cerca de nove meses e meio, K.J. já é capaz de se sentar no berço, se alimentar com mamadeira e até incorporar novos alimentos em sua dieta, como abacate, enquanto sua medicação é gradualmente reduzida. A expectativa é que ele retorne para casa em breve, onde reencontrará seus pais e três irmãos.
Perspectivas para o Futuro da Medicina de Precisão
O sucesso do tratamento de K.J. pode ser um exemplo significativo para a criação rápida de terapias personalizadas para outras condições genéticas raras. O professor Musunuru reafirma que este pode ser um grande passo em direção ao futuro da medicina. Especialistas de fora da equipe também reconheceram a importância desse avanço. O médico Timothy Yu, do Hospital Infantil de Boston, elogiou a relevância do caso, mesmo não tendo participado diretamente.
Os pais de K.J. sempre acreditaram na força e resiliência do filho. O pai, Kyle Muldoon, compartilhou que K.J. sempre demonstrou espírito de luta, levantando o punho como se dissesse que estava preparado para superar os desafios. Ele sentiu, desde o início, que o filho estava destinado a algo especial.



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