Missão Hayabusa 2 e a Fascinante Descoberta no Asteroide Ryugu

Em 3 de dezembro de 2014, o Japão lançou a missão Hayabusa 2, destinada a explorar o asteroide Ryugu, localizado a mais de 300 milhões de quilômetros da Terra. Após uma jornada de quatro anos, a sonda chegou ao seu destino e conseguiu coletar amostras da superfície do asteroide. Em dezembro de 2020, a cápsula contendo essas amostras aterrissou na Austrália, enquanto a espaçonave principal continuou sua missão, seguindo rumo ao asteroide 1998 KY26, com previsão de chegada em 2031.

Desde o retorno das amostras, uma equipe de cientistas de diversas instituições tem se dedicado a analisar os aproximadamente 5,4 gramas de material coletado. Uma descoberta recente, apresentada por pesquisadores da Universidade de Hiroshima, trouxe à tona informações que desafiam o que se sabia até então sobre o asteroide Ryugu.

Mineral Raro Desafia Conhecimentos Previos

Os pesquisadores identificaram um mineral raro conhecido como djerfisherita, o qual normalmente se forma em condições de temperatura superiores a 300°C. A presença desse mineral no asteroide Ryugu foi considerada uma surpresa, uma vez que as análises anteriores indicavam que ele era composto principalmente por condritos CI, um tipo comum de meteorito rico em carbono.

Ryugu se apresenta como um “aglomerado de pequenas rochas”, formando uma estrutura conhecida como “pilha de entulho”, com cerca de 900 metros de largura e pesando aproximadamente 496 milhões de toneladas. Acredita-se que o asteroide tenha se desprendido de um corpo maior, formado há mais de quatro bilhões de anos, e que se originou em regiões mais frias do Sistema Solar. Durante sua evolução, esse corpo maior teria se aquecido lentamente devido ao decaimento de elementos radioativos, atingindo temperaturas de até 50°C.

A detecção da djerfisherita sugere que Ryugu possui uma história mais complexa do que se imaginava. Este mineral é tipicamente encontrado em condritos enstatíticos, que se formam em regiões significativamente mais quentes, próximas ao Sol. Essa nova informação pode mudar a percepção sobre a formação e evolução do asteroide.

A Comparação Inusitada do Descobrimento

No processo de investigação, os cientistas utilizaram microscopia eletrônica de transmissão para examinar as camadas minerais das amostras. O professor Masaaki Miyahara, principal autor do estudo, fez uma comparação marcante ao declarar que encontrar a djerfisherita em Ryugu foi como descobrir uma “semente tropical no gelo do Ártico”. Essa expressão ilustra a surpresa e a importância da descoberta na pesquisa planetária.

Duas teorias estão em consideração para explicar a presença da djerfisherita em Ryugu. A primeira hipótese sugere que o asteroide pode ter incorporado materiais de diferentes regiões do Sistema Solar durante sua formação. A segunda hipótese considera a possibilidade de que Ryugu tenha passado por processos locais de aquecimento intenso, criando condições químicas inéditas. Essa descoberta convida os cientistas a revisitar e reavaliar suas teorias sobre a formação dos asteroides e a composição do Sistema Solar primitivo.

Próximos Passos na Pesquisa

Os cientistas estão entusiasmados com os próximos passos da pesquisa, que incluem a realização de estudos isotópicos nas amostras coletadas. A expectativa é que essas análises adicionais ajudem a desvendar os processos que levaram à formação dos materiais de Ryugu e o que essas amostras podem revelar sobre os primórdios do Sistema Solar.

A complexidade das descobertas relacionadas ao asteroide Ryugu não apenas amplia nosso conhecimento sobre a formação de corpos celestes, mas também nos faz refletir sobre a possibilidade de entender melhor as origens da vida no nosso planeta. À medida que continuamos a explorar os mistérios do universo, cada nova descoberta pode trazer à tona informações que mudam nossa compreensão do cosmos e da nossa própria história. 🌌

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