Paracetamol na Gravidez: Novo Estudo Refuta Risco de Autismo
Um recente estudo publicado na revista British Medical Journal (BMJ) traz novas evidências sobre a segurança do paracetamol durante a gravidez, afirmando que seu uso não está ligado a um aumento no risco de autismo em crianças. A análise, divulgada na segunda-feira (10), avaliou uma série de pesquisas anteriores e concluiu que não existem evidências confiáveis que estabeleçam uma relação de causa e efeito entre a utilização do medicamento e o desenvolvimento de transtornos do espectro autista.
Os autores da pesquisa destacam que o paracetamol permanece como o analgésico mais seguro para gestantes, especialmente quando comparado a medicamentos como aspirina e ibuprofeno, que já apresentam riscos conhecidos para o feto.
Revisão do Estudo Reforça Consenso Científico
Segundo os pesquisadores, os dados disponíveis não indicam um vínculo entre a utilização do paracetamol durante a gestação e o surgimento de autismo ou do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na infância. Esse estudo refuta alegações que carecem de base científica, como as feitas por figuras públicas que tentaram associar o medicamento a riscos neurológicos em bebês.
A pesquisa da BMJ não se trata de um trabalho original, mas sim de uma “revisão guarda-chuva” que compila e analisa estudos anteriores sobre o tema. Essa abordagem proporciona uma visão mais abrangente sobre a questão, focando na qualidade das evidências existentes.
Conforme os autores apontam, várias investigações que sugeriram uma ligação entre o paracetamol e o autismo apresentavam falhas metodológicas significativas. Entre os principais problemas identificados estão:
- Falta de controle sobre outros fatores de risco, como a predisposição genética;
- Desconsideração de doenças maternas que levaram ao uso do medicamento;
- Tamanhos de amostra pequenos e resultados inconsistentes.
Essas limitações dificultam a identificação de um mecanismo direto que ligue o uso do paracetamol ao autismo, tornando as conclusões de tais estudos pouco confiáveis.
OMS Reafirma a Segurança do Medicamento Durante a Gravidez
Após a confusão gerada por algumas declarações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou que não há evidências científicas que confirmem uma associação entre o paracetamol e o autismo. O novo estudo da BMJ apoia esse consenso, garantindo que o medicamento pode ser utilizado por gestantes, sempre sob a orientação de um profissional de saúde.
O paracetamol, frequentemente conhecido por nomes comerciais como Panadol e Tylenol, continua sendo amplamente indicado para o tratamento de febre e dores leves durante a gestação. Especialistas enfatizam que, quando usado de forma responsável e nas doses recomendadas, o paracetamol é uma opção segura tanto para a mãe quanto para o bebê.
Portanto, diante do que foi apresentado, gestantes podem se sentir mais tranquilas em relação ao uso do paracetamol, sabendo que as evidências atuais não apoiam a ideia de que esse medicamento esteja associado a riscos neurológicos para seus filhos. As orientações médicas são essenciais para garantir a segurança da mãe e do bebê, independentemente da escolha do analgésico.



Seja o primeiro a comentar!